TRADIÇÃO MODERNA
O MAM(museu de Arte Moderna) contempla diversas exposições, entre elas está:"Novas Aquisições". Ela parte da coleção de Gilberto Chateaubriand e é exibida no MAM tradicionalmente, já fazendo parte da sua programação e do cenário artístico. Gilberto Chateaubriand, filho do pai da comunicação brasileira, Assis Chateaubriand, exibe no MAM suas mais novas aquisições, a exposição acontece de dois em dois anos, reunindo trabalhos de artistas em sua maioria jovens, tendo preferência pela arte contemporânea. Por essas características, suas coleções, reúnem obras de importantes personalidades artísticas, que se destacaram ao longo da história da arte brasileira, desde a década de 40 ate o momento atual. A coleção do empresário pode ser considerada uma das mais importantes do país, principalmente por sua longevidade – Chateaubriand herdou obras importantíssimas de seu pai, dono da coleção do MASP, já nasceu sendo um grande colecionador, e manteve a tradição nunca deixando de comprar obras, sempre renovando suas coleções. Além disso, a mostra ‘’Novas aquisições’’, representa tudo que está em voga na arte moderna brasileira atualmente, reunindo obras de diversos artistas de maior excelência. Gilberto pode ser considerado um colecionador a moda antiga, pois diferentemente dos atuais, que contratam curadores para definirem quais obras devem ser adquiridas, ele próprio seleciona suas artes. Sendo assim, suas coleções têm um sabor próprio, se diferenciando de muitas exibidas mundialmente, frias e sem originalidade.
Selecionamos alguns artistas e detalhamos mais suas vidas e obras:
“Parque Temático, 2013” – Claudia Hersz
Claúdia Hersz, na obra, Parque Temático, faz uma reflexão sobre os trabalhos de Marcel Duchamp, pai da arte conceitual. Na obra ela reúne características evidentes de trabalhos de Marcel, como o urinol, a primeira e principal obra ‘’readymade’’ do artista, e o tabuleiro de xadrez – Duchamp, exímio praticante do jogo, tinha muito dos seus pensamentos artísticos baseados na estética do tabuleiro de xadrez.
Formada em arquitetura pela UFRJ, é uma artista multimídia e performer. Atuou no carnaval carioca, sendo responsável pela criação do ‘’Desfile de Pimpolhos da Grande Rio’’. A exposição ‘’NINHUMANOS’’, obras construídas nos jardins do Aterro do Flamengo, foi de grande importância, rendendo dois importantes prêmios para a artista – Premio Interferências Urbanas, Rio de Janeiro, 2008 e Premio aquisição 2011, Pará. Trabalhando com fotografia, objetos, pinturas e vídeos, apresentou, em 2013, sua exposição individual ‘’Ao modo quase clássico’’, na Vilaseca Galeria, e em 2014, exibiu o seu mais novo levante de artes de nome ‘’cosmopolita’’, na Galeria Ibeu.
“Miragem do porto a reconfortar meu sono, 2013”

Ivan Grilo nasceu em Itatiba, São Paulo, em 1986. Ainda hoje, vive e trabalha em sua cidade natal, dividindo-se, porém, também em Campinas.
Durante a infância, diferente de muitos outros artistas, não possuía o hábito de desenhar. Seu interesse estava na reunião e manipulação de diferentes materiais, que retirava de diversos objetos antigos. Em suas palavras “era um sucateiro”.
Apaixonado pela arte, buscou a graduação em “Artes Visuais com ênfase em design”, não tendo mais se desvencilhado de tal segmento desde então.
No ano de 2012, o artista acreditava que seu “trabalho era sobre fotografia, mas não exatamente fotográfico. Ele é sobre pesquisa de material em cima da fotografia”. Ivan dizia não gostar de fotografar.
Grilo crê que a busca por novos materiais para produção fotográfica é uma característiica sua. Para ele, ao tirar uma fotografia do papel (um material requintado, de qualidade) e transferi-la para um material de construção, por exemplo, (mais pobre, onde a foto pode ser facilmente destruída); ele está abordando “a morte da fotografia”.
Em 2014, o artista apresenta nova visão acerca de si mesmo e do seu trabalho, propriamente dito: ele apresenta, agora, fotos de autoria sua; cruamente expostas, não editadas/alteradas.
Atualmente, sua obra, “miragem do porto a reconfortar meu sono” faz parte das novas aquisições de Chateaubriand, uma imagem fotográfica, em um formato inovador, o acrílico, colocado sobre a fotografia, gera certa refração. A imagem não é vista toda da mesma forma, depende sempre do ponto de vista do observador, dando uma nova perspectiva sobre a imagem fracionada, ou seja, a obra da importância ao ‘’como ver’’ e não ao que ‘’é visto’’.
Filha de professora e tendo um pai aposentado, Íris Helena é uma das mais novas revelações da arte moderna hoje em dia. Nascida em 1987, em João Pessoa, Paraíba, Íris também já morou no Sertão, numa cidade chamada Uiraúna. Aos 18 anos, ingressou no curso de Licenciatura em Artes Visuais na Universidade Federal da Paraíba, onde se graduou em 2010.
Ao longo de sua jornada, afirma ter sido influenciada por grandes artistas, como sua professora da faculdade Marta Penner, onde tem renomadas obras de fotografias. Com isso, Iris passou a se inspirar e a utilizar fotografias em suas obras de arte. Seu objeto atual de pesquisa, hoje em dia, é a cidade. Íris procura fazer uma investigação poética dessa paisagem urbana - o processo de criação é indissociável da vida, e se dá na utilização do produto das experiências visuais que tem nesses espaços, no cotidiano. Todos os trabalhos que desenvolveu até agora possuem essa ligação, eles falam de aspectos da cidade, sejam dos lugares de passagem, das transformações, do lugar comum, das ruínas urbanas, dos monumentos, etc. Estes aspectos estão diante dos olhos de todos, diariamente, independente de onde estejamos no Brasil.
Até então, a artista tem usado como principal linguagem de trabalho a fotografia digital. Segundo Íris, ela busca materializar o produto dos registros da cidade, as imagens em questão, sobre suportes de seu consumo, objetos de uso cotidiano, como: notas coloridas (post-its), marcadores plásticos, papel higiênico, blisters metálicos de remédios, bulas,
mapas, canhotos, notas fiscais, enfim, superfícies que agreguem valor as suas imagens e lhe potencializem o sentido poético/filosófico e estético.
Na obra, Íris Helena reúne post-its, onde juntos formam uma imagem que mostra o cotidiano de uma grande cidade; pessoas com pressa e estressadas com a rotina, ambientes comuns alterados pelo crescimento dessa metrópole. Essas características estão presentes e abaixo de nossos olhos todos os dias. Imagens comuns onde poucos são aqueles que não as deixam passar despercebidas.
Grupo: Manuela Teixeira - Larissa Busch - Marina Abi-Rihan - Maitê Paes - Gabriela Mariz
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