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A Casa Daros, espaço dedicado à arte contemporânea latino-americana, está apresentando a exposição Ilusões, dentre outras. Ela se propõe a brincar com o próprio conceito de ilusão, e ilustrar a pergunta de seu site “a arte é ilusão? A arte é real? A arte é mais real do que a realidade? O que é realidade? Ilusão?”.
O primeiro artista com quem se tem contato na entrada da exposição, e o mais evidente, é Luis Camnitzer. Nascido na Alemanha, crescido no Uruguai e residente nos Estados Unidos, foi um dos pioneiros da arte conceitual. Em seu trabalho Objetos arbitrários e seus títulos, isso é posto em evidência. Como o nome da obra pode insinuar, Camnitzer usou objetos cotidianos banais, como lâmpadas e chaves, e atrelou cada um deles a um conceito bastante fluido arbitrariamente, como “o destino” e “a ideia”. Não há como não questionar o que esses conceitos são e o que esses objetos podem significar, quebrando a tendência ao óbvio e ao mundano.



Em sua outra obra, a Sala de Estar, o artista fixou em uma sala vazia palavras como “janela” onde uma deveria estar, e “tapete” onde um estaria também. Todas as palavras colocadas acabam por formar uma sala de estar. Mas seria aquilo um tapete? Seria aquilo uma janela? Aquela sala de estar é uma ilusão de uma sala de estar real ou é a própria manifestação do conceito do que uma sala de estar é? A exposição como um todo gera esse tipo de indagação e incita o espectador a ver além do trivial.



Amanda Hecht, Gustavo Silveira, Micael Guedes, Rafael Latado

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