Os novos caminhos de Angelo Venosa

Pela primeira vez, em mais de 30 anos de trajetória, Angelo Venosa usa bambu e filamentos plásticos em suas obras. Assumidamente fanático por “gadgets”, a curiosidade com a qual vasculha sites de crowdfunding tecnológicos é a mesma com a qual se lança em busca de novos materiais para suas peças. Como resultado, aos 60 anos, o renomado escultor da “Geração 80” cria peças com o auxílio de dispositivos diversos, tais como canetas e impressoras 3D.


   “Sempre achei divertido. E, se além de serem divertidos, me servirem como ferramentas, aí é ótimo”.

“Membrana”, em exposição na Galeria de Arte Anita Schwartz, traz o desfecho deste trabalho inovador. São cerca de 20 obras inéditas, com destaque para uma série de seis novas, atraentes e intrigantes peças produzidas por canetas 3D. O artista as utilizou para desenhar pequenos emaranhados, reunidos em conjuntos e dispostos nas paredes - cada um envolto por uma cápsula de acrílico.

A obra de aproximadamente quatro metros e meio de altura, exposta também no térreo da galeria, é um dos grandes expoentes da coleção. Uma impactante escultura em alumínio preto e plástico foi elaborada, inicialmente, com a impressora 3D; na qual Angelo escaneou e imprimiu triângulos de diferentes tamanhos, até o limite de perderem suas formas. Com uma costura de abraçadeiras de náilon, ele próprio juntou as 60 peças produzidas, transformando “esse objeto etéreo de triângulos virtuais em triângulos-coisas”.

   “Comecei a pensar a exposição por essa obra, que é feita a partir de projeção geométrica construída com o alumínio - revelou o artista”.

Já no segundo andar da galeria, estão espostas esculturas feitas de finas lâminas de bambu, importadas da China. Aparentemente frágeis, as lâminas são produzidas a partir de um compensado, sendo, por isso, “extremamente resistentes e maleáveis ao mesmo tempo” – conta o artista que chegou a, inclusive, dar um nó no material.

   “Esta exposição é muito importante para mim, não só pelo material com que estou trabalhando pela primeira vez. A concepção dessa mostra também foi feita de uma forma diferente. Ao usar o bambu e o filamento de plástico, eu não planejo as peças, vou desenhando conforme vou fazendo. É muito legal ver as criações nascerem assim, com a mente vazia”- diz o artista.

Grupo:
Maitê Paes, Gabriela Mariz, Manuella Teixeira, Marina Abi-Rihan, Larissa Busch e Anita Pado.




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