Angelo venosa - Membrana

Angelo Venosa, o escultor da liberdade de significados

Ao se confrontar com a obra de Venosa, a primeira pergunta que o espectador faz é: o que o artista quer mostrar com essa obra? Para ele, não existe uma resposta certa ou errada para essa pergunta. Angelo Venosa não traz uma definição concreta em suas obras. Ele nos instiga a termos nosso próprio olhar a partir do olhar do artista. Isso faz com que as esculturas do artista sensibilizem nossa percepção espacial, permitindo diferentes significações.
A exposição Membrana, que fica aberta de segunda à sexta das 10h às 20h e nos sábados das 12h às 18h na Galeria Anita Schwartz na Gávea, está diretamente ligada a essa liberdade que o artista nos dá de ter nossas próprias interpretações em suas esculturas.
Por que o nome “membrana”? Para o artista, membrana é um termo que oscila entre o abstrato e o concreto. O termo para Angelo tem uma determinação imprecisa, dando espaço para o espectador ter outras impressões.
Nessa exposição, Angelo estréia no uso de materiais como bambu e filamento de plástico em suas obras. Pelo fato de usar estes materiais, Angelo não planeja as peças e não tem em mente um resultado real de como vai ficar. O artista desenha a forma da obra na hora que faz e para ele isso traz um resultado muito positivo. Partindo da mente vazia para a criação.


Foto: Obras feitas por bambu/ Fonte: globotv.globo.com

A tecnologia é o braço direito do artista. Sua formação em Desenho Industrial é um desses motivos. Angelo faz uso de diferentes ferramentas na concepção de sua obra. Desde o uso do computador, onde muitas vezes começa a construção de sua arte, até as canetas 3D na execução da mesma.
O espectador se fascina pela grande atração da exposição. Uma escultura formada por alumínio preto com plástico que vai até o teto da galeria. Com mais 60 peças em formatos triangulares, que juntas formam um impactante sólido, amarradas com uma costura de abraçadeiras de náilon.
Angelo é reconhecido como um dos principais escultores brasileiros. Expoente da geração de 80, em que muitos pintores tomaram espaço no mercado brasileiro, ele seguiu um caminho diferente de seus contemporâneos. “Foi com a pintura que comecei minha disciplina de trabalho. (…) A passagem para escultura foi um rompimento com o que eu considerava a linguagem por excelência (a pintura) e a descoberta de que era possível criar um trabalho pessoal, com meus próprios meios”. As oposições entre orgânico e inorgânico, figurativo e abstrato também permeiam sua obra, resultando em trabalhos que lembram partes do corpo, fósseis, ou objetos ancestrais.
Fascinado pela forma e principalmente pela opacidade (tema de sua dissertação de mestrado na Escola de Belas Artes da UFRJ) ele traz consigo diversos trabalhos já expostos em lugares como: MAM do Rio, MAC de Niterói, MAM e Pinacoteca de São Paulo. Além de exposições fora do Brasil.
O autor ainda dispõe de dois livros sobre sua personalidade e suas obras , A febre da matéria, de Lorenzo Mammi / Paulo Venancio Filho / Michel Ausbury e Angelo Venosa , de Luiz Camillo Osorio.


Grupo : David Colocci , Vivian Abreu , Murilo Bazilio e Larissa Araujo

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